Situações de aglomeração, como no Carnaval, facilitam a transmissão
A estudante de direito Camila Boarini Pereira, de 18 anos, foi pular o Carnaval em Votuporanga, cidade a 519 km de São Paulo. Mas não foram apenas as histórias da folia que a estudante trouxe do interior. Na viagem de volta à capital, os olhos de Camila ficaram vermelhos e secos e começaram a secretar um líquido. Assim que chegou a São Paulo, o diagnóstico: conjuntivite.
Nas festas [em Votuporanga], tinha tanta gente de óculos escuros e olhos vermelhos que o DJ até começou a cantar que era o bonde da conjuntivite.
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, uma membrana que recobre a parte branca dos olhos. Ela pode ser do tipo alérgica, bacteriana e viral.
O tipo de conjuntivite mais comum no verão é o causado pelos vírus. E sua principal característica, de acordo com o oftalmologista Milton Ruiz, do Hospital das Clínicas de São Paulo, é ser altamente contagiosa.
Esse tipo de conjuntivite pode durar de duas a três semanas. Ela é transmitida facilmente pelo uso compartilhado de sabonete, toalha, telefone, computador, ou então por aperto de mão, cumprimentos, beijo, gotículas de saliva (expelidas durante uma conversa) e até ao encostar a mão em escada rolante ou outras superfícies, diz Ruiz.
- O veículo principal é a mão. Por isso é preciso lavar as mãos muitas vezes.
A higiene das mãos é importante tanto para não passar o problema adiante como para se proteger dele. O médico alerta também que é fundamental não coçar os olhos.
Os primeiros sintomas de uma conjuntivite viral são desconforto em um dos olhos - que fica vermelho em 24 horas -, secreção de um líquido e o aparecimento de um caroço na frente do ouvido. Em até 72 horas, o segundo olho também se compromete.
Segundo Ruiz, quem estiver com esses sintomas deve imediatamente adotar medidas para impedir a transmissão, como isolar os materiais que têm contato com as mãos e optar pelo uso de lenços de papel, que são descartáveis.
Para aliviar o desconforto nos olhos, o recomendável é fazer uma compressa fria de água filtrada ou mineral. O melhor, diz Ruiz, é despejar o líquido num copo descartável e molhar os olhos usando um algodão. Depois, tudo deve ser jogado fora.
- Não se deve usar soro fisiológico nem água boricada, que podem ser guardados contaminados [e, com isso, causar novas infecções].
Se os sintomas da conjuntivite forem leves, de duas a três semanas eles devem desaparecer. Nesse período, no entanto, as compressas geladas e as medidas para impedir a transmissão precisam ser adotadas.
Mas se os sintomas persistirem ou piorarem no final da primeira semana, com o aparecimento de dor, desconforto e fotofobia (aversão à luz), é necessário buscar um oftalmologista, porque o paciente pode estar enfrentando um problema mais grave.
Em alguns casos, explica Ruiz, a inflamação é tão intensa que uma membrana se desenvolve na conjuntiva e pode até causar lesões na córnea. Por causa disso, essa membrana precisa ser removida.
Além dessa complicação, outra que pode ocorrer são os infiltrados corneanos, que, dependendo local em que aparecem, podem causar danos à visão. Ruiz explica que o uso de colírio com corticoide (antialégico) em pacientes com os infiltrados corneanos pode causar dependência do colírio e levar a problemas como glaucoma e catarata.
- As conjuntivites estão cada vez piores, tanto na manifestação clínica (sintomas) como no número de pessoas.
Confira os principais cuidados com a conjuntivite viral:
- Usar somente o próprio colírio
- Não guardar o colírio aberto
- Não se automedicar
- Não usar colírio com corticoide, nem colírio de antibiótico
- Inicialmente, o melhor é fazer apenas a compressa gelada e imediatamente adotar as medidas que impedem a disseminação
- Se o quadro piorar e aparecerem sinais de dor, desconforto e fotofobia, procure um médico
- Se as medidas básicas forem adotadas e o quadro não piorar, continue com o tratamento por duas semanas
Fonte: R7.com
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