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quinta-feira, 19 de maio de 2011

DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA AS HEPATITES VIRAIS É UM BOM MOMENTO PARA SE PENSAR EM PREVENÇÃO

Dos cinco tipos conhecidos desta infecção no fígado, apenas dois (A e B) podem ser prevenidos por vacina. O epidemiologista José Geraldo Ribeiro, professor de Medicina Preventiva da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e da Faseh, aconselha a vacina para todas as pessoas.
Nesta quinta-feira, 19 de maio, é o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais – infecções provocadas por um grupo de vírus que, ao comprometer em graus variados o funcionamento do fígado, podem levar o doente à morte. Atualmente, são conhecidos mais de cinco tipos de hepatites virais, sendo as mais comuns as - A, B, C, D e E. Destas, apenas duas podem ser prevenidas pela vacinação: as dos tipos A e B.
As hepatites virais são um grave problema de saúde pública em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que dois bilhões de pessoas ao redor do planeta já foram infectadas com o vírus da hepatite B, dos quais 325 milhões tornaram-se portadores crônicos – cerca de 5% da população mundial. Sem falar os 170 milhões dos portadores da hepatite C. A maioria das pessoas desconhece sua condição sorológica, agravando a cadeia de transmissão da infecção e as formas crônicas da doença.
Das hepatites evitadas por vacina, a hepatite B destaca-se pela sua gravidade: seu vírus é 100 vezes mais contagioso que o vírus HIV. O Brasil é classificado pela OMS como tendo elevada prevalência na região da Amazônia Legal e intermediária no restante do seu território. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 1999 a 2009, houve 96.044 casos confirmados da doença, dos quais 90% agudos e mais da metade em indivíduos de 20 a 39 anos.

O MAL SILENCIOSO E A VACINA

A hepatite B é considerada um mal silencioso, porque nem todos que contraem a doença apresentam sintomas. A maioria das crianças infectadas é assintomática. Já pouco mais de 50% dos adultos apresentam sinais da doença - mal-estar, febre, diarréia, vômitos e icterícia (pele e olhos amarelados).
Dos adultos infectados, entre 90 a 95% têm total recuperação. Menos de 1% desenvolve uma forma aguda da doença, a hepatite fulminante, que provoca hemorragia em vários órgãos e pode levar o indivíduo à morte. De 5 a 10% dos adultos infectados não conseguem eliminar o vírus após seis meses, tornam-se portadores crônicos e podem desenvolver cirrose, falência do fígado e câncer no fígado.
“A maioria das pessoas não sabe que é portador crônico porque a doença é assintomática. A descoberta ocorre após um check-up, doação de sangue ou manifestação dos sintomas – inchaço, pele amarelada, sangramento, barriga d’água. Por isso, essa pessoa pode contaminar os outros sem saber”, afirma infectologista Rosana Richtmann, vice-presidente da Sociedade Paulista de Infectologia.
A transmissão ocorre pelo contato com o sangue e as secreções corpóreas de uma pessoa infectada. As formas mais comuns são contatos sexuais, uso compartilhado de seringas e injeções e transfusões de sangue contaminado. O contágio pode ocorrer ainda via objetos cortantes - alicates de unha, lâminas usadas por barbeiros, tatuagens, piercings - e o uso compartilhado de escovas de dente. A mulher infectada pode contagiar o filho durante o parto. Para não contrair a doença, o bebê precisa ser vacinado nas primeiras 12 horas de vida. De 70% a 90% das crianças nascidas de mãe infectadas, e que não foram vacinadas ao nascer, tornam-se doentes crônicos.
O Programa Nacional de Imunização prevê a vacinação gratuita para pessoas até 24 anos e grupos de risco. O epidemiologista José Geraldo Ribeiro, professor de Medicina Preventiva da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, aconselha a vacina para todas as pessoas. “A hepatite B pode infectar pessoas de qualquer idade. É uma doença transmitida principalmente por via sexual entre os adultos. Por isso, pessoas com mais de 24 anos sexualmente ativas devem se prevenir”, diz.
A Sanofi Pasteur, divisão de vacinas do grupo francês Sanofi-Aventis, distribui uma vacina contra a hepatite B, internacionalmente conhecida como Euvax B. A partir de tecnologia de engenharia genética, a vacina é produzida apenas com a parte do vírus responsável por causar a infecção e apresenta alta eficácia. A vacina possui duas apresentações: uma pediátrica e outra para maiores de 16 anos. A vacina deve ser tomada em três doses, a segunda passados 30 dias da primeira dose aplicada e a última após 180 dias. "As três doses da vacina são fundamentais para conferir a proteção necessária contra a hepatite B", afirma a gerente médica da Sanofi Pasteur, Sheila Homsani.

Fonte: WWW.SNIFBRASIL.COM.BR

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