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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Academia Brasileira de Rinologia lança campanha para estimular respiração saudável

Nesta sexta-feira, 30, a Academia Brasileira de Rinologia lança uma campanha para estimular a respiração saudável. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 70% da população respira de forma errada, prejudicando os pulmões e órgãos adjacentes.
A segunda edição da campanha "Respire pelo Nariz e Viva Melhor" pretende alertar e orientar a população sobre as vantagens de respirar pelo nariz e dos perigos que a falta desse hábito pode causar à saúde.
A ação quer esclarecer as principais dúvidas sobre os cuidados com a respiração nasal, além de dar dicas de prevenção à gripe, diferenças entre resfriados, rinites e sinusites; ronco e apneia do sono; obesidade e respiração; alterações do olfato e doenças que causam a obstrução nasal.
Por isso, conhecer melhor doenças como a asma, entender as causas e fazer uso de medicamentos controlados, que evitem crises, ajudam muito a diminuir a incidência do problema no inverno.
A queda da temperatura e os dias mais secos contribuem para o aumento das crises de asma, por exemplo, principalmente entre as crianças. Porém, outro agravante para a incidência da doença nesta época do ano é o descaso em relação à prevenção, que exige um conhecimento das causas por parte dos pacientes e a continuidade do tratamento durante o ano todo.
Por se tratar de uma enfermidade de tratamento fácil, na maioria das vezes, as preocupações do asmático com sua saúde só ganham importância quando a falta de ar já está instalada. Especialistas reforçam que a crise é apenas o auge do problema, a ponta do iceberg. O paciente tem a doença 100% do tempo, o que torna o tratamento continuado de extrema importância para o controle e uma melhor qualidade de vida do indivíduo.
O pneumologista pediátrico Bernardo Kiertsman, professor adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, explica que as doenças respiratórias são frequentes durante todo o ano, mas mais incidentes no outono e inverno. "Nesta época, é comum usarmos roupas mais pesadas e que, na maioria das vezes, estão guardadas há muito tempo.
O acúmulo de pessoas em ambientes fechados e mal ventilados se torna mais frequente e contribui para que os asmáticos fiquem mais suscetíveis às crises", destaca o médico, reforçando que o controle ambiental adequado, principalmente dentro de casa, é uma das melhores formas de prevenção.
O ar frio, irritante para a mucosa respiratória e possível causador do fechamento dos brônquios, associado ao maior tempo dentro de ambientes fechados por causa do frio, a presença de poeira, ácaros e outras substâncias alergênicas, e a maior ocorrência de resfriados e gripes acabam formando um cenário ideal para a piora dos sintomas e a ocorrência das crises de asma. A chegada das frentes frias, comum nesta época, também propicia o acúmulo de poluentes sobre as cidades e costuma prejudicar ainda mais os pacientes.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), atualmente há 18 milhões de asmáticos no Brasil, ou seja, 10% da população brasileira. O Datasus/Ministério da Saúde de 2009 indica que a doença teve um índice de mortalidade de 3.111 casos e é a terceira causa de hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) - excluindo a gravidez -, sendo responsável por 275 mil internações por ano. Em 2009, os cofres públicos registraram gastos de R$ 87 milhões com a doença. O Brasil é o 8º país em incidência de casos de asma no mundo, segundo a revista Lancet (1998).


Tratamento e controle


O tratamento da asma tem três pilares: ação educativa do paciente e familiares para controle da doença, higiene do ambiente e tratamento farmacológico de manutenção e da crise. Entre os medicamentos mais indicados, estão os broncodilatadores de ação imediata. Recomendados para o tratamento da crise aguda, podem ser utilizados via inalatória sob a forma de spray ou nebulização. Em casos mais severos, é necessária a utilização de anti-inflamatórios por via oral ou endovenosa, por um curto período.
Há medidas domiciliares que podem auxiliar a pessoa que tem asma a evitar as crises ao longo do ano. "É possível ter uma boa resposta com procedimentos domésticos, como usar umidificadores de ar, fazer a manutenção correta do ar condicionado, limpar a casa com pano úmido, não levantar poeira com espanador ou vassoura, evitar odores fortes, animais de sangue quente, plantas e, principalmente, contato com fumaça de cigarro", recomenda Kiertsman.

Sobre a asma

A asma é uma doença inflamatória crônica, sem cura e caracterizada pelo estreitamento generalizado dos brônquios, cuja intensidade varia de pessoa para pessoa. Ela pode ser desencadeada por fatores alérgicos, irritantes, infecções por vírus e problemas emocionais, entre outros. É mais comum em crianças e adolescentes, mas também incide entre adultos.
A asma não tem cura. É uma doença que, se tratada de forma adequada, proporciona qualidade de vida ao seu portador. O indivíduo asmático é submetido a um tratamento contínuo para manter a doença sob controle. "A finalidade do tratamento preventivo é diminuir o número de crises, aumentar o espaço entre elas e que, caso ocorram, sejam facilmente reversíveis, sem a necessidade de procurar um pronto-atendimento. Esse controle deve ocorrer com o menor número de medicamentos e na menor dose", explica o especialista. E completa: "O desafio é conseguir que o asmático possa ter uma qualidade de vida normal ou muito próxima da normalidade".

Fonte: Estadão.com

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