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sábado, 2 de julho de 2011

Cápsula de cafeína causou contaminação alegada por Cielo após doping

Uma simples cápsula de cafeína foi a vilã do caso de doping de Cesar Cielo. Marcus Bernhoeft, médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, revelou ao UOL Esporte que a defesa do campeão olímpico se baseou na contaminação de cápsulas com a substâncias, feitas em uma farmácia de manipulação. O uso de cafeína é permitido.

"Ele usa esse suplemento, a cafeína. Ela é feita em farmácia de manipulação e de repente pode estar contaminada. Isso que foi bem esclarecido pela equipe do Cielo no painel. A defesa foi baseada em de onde surgiu a furosemida e eles chegaram à conclusão de que foi de uma contaminação na farmácia de manipulação. Por isso foi a surpresa geral", disse Bernhoeft, que estava com Cielo em Paris, na semana passada, onde o campeão olímpico conquistou três medalhas de ouro.

Segundo o médico, que participou do painel em que a advertência foi definida, em nenhum momento os atletas envolvidos negaram a ingestão do suplemento. "[Os nadadores] não negaram, eles usaram o suplemento. Eles, então, foram pesquisar a origem da furosemida e pela pesquisa descobriram que, com quase certeza, houve contaminação na hora da elaboração da substância. Eles costumam tomar cafeína pura", completou o médico.

Campeão olímpico e mundial, Cielo emitiu um comunicado nesta sexta-feira culpando "contaminação cruzada" pelo positivo em seu exame antidoping. O recordista mundial foi advertido por uso de furosemida em testes realizados no Troféu Maria Lenk, no início de maio. O anúncio do resultado do exame foi feito nesta sexta-feira e o atleta recebeu apenas uma advertência.

"Durante o painel, todos os dados foram levantados e comprovada a presença da substância por meio de contaminação cruzada durante a manipulação de um suplemento (excepcionalmente, isso pode ocorrer, mesmo que observadas normas e protocolos de manipulação sob orientação da Vigilância Sanitária). Sempre fiz uso desse suplemento e nunca um controle feito anteriormente apresentou problema. Pela segurança que tenho na utilização desse suplemento, creio que este resultado tenha sido um fato isolado. Por causa dessa mesma confiança, outros atletas também fizeram uso do suplemento. Fato que nos ensina muito", explicou Cielo em nota oficial.

O nadador disse também que não usa "nenhum tipo de medicamento ou suplemento sem me certificar da segurança de sua utilização". "Em qualquer lugar do mundo em que esteja, consulto sempre meu médico e meu pai, que é médico, sobre os componentes de todo medicamento ou suplemento antes de ingeri-los. Sou extremamente cuidadoso com isso e tenho a consciência tranquila de que não fiz nada para melhorar artificialmente meu desempenho".

ENTENDA O QUE É FUROSEMIDA; OUTROS BRASILEIROS JÁ TESTARAM POSITIVO
A substância encontrada no exame antidoping de Cesar Cielo é um diurético e não é um estimulante artificial para ganhos esportivos. Considerado proibido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), a furosemida pode esconder substâncias dopantes. Os efeitos do remédio se manifestam rápido no corpo, de uma a três horas.

Vários atletas já foram pegos no antidoping por uso de furosemida. Um dos casos mais emblemáticos foi o da triatleta Mariana Ohata, em 2009. Por ser reincidente, ela pegou seis anos de suspensão.

Na natação, Daynara de Paula foi suspensa por seis meses em 2010. Ela alegou que uma farmácia havia incluído sem autorização a substância proibida na fórmula de seu suplemento. No futebol, Renê, goleiro do Bahia, também testou positivo para furosemida no ano passado.

CBDA APLICA PUNIÇÃO MENOR POR “HISTÓRICO”
A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) realizou nesta sexta-feira o julgamento do caso de Cesar Cielo e dos outros três atletas flagrados com furosemida. Apesar da infração, o quarteto levou apenas uma advertência.

“O Painel de Controle de Doping instaurado pela CBDA na sexta-feira, 01/07, presidido pelo Prof. Dr. Eduardo de Rose e também composto pela Dra. Sandra Soldan, Dr. Marcus Bernhoeft e o Dr. Cláudio Cardone considerou o histórico dos atletas e o regulamento da Federação Internacional de Natação”.

fONTE: uol.com.br

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