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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Chupeta: grande vilã?

Uma clínica inglesa acaba de lançar um tratamento para crianças que não param de chupar o dedo e, com isso, abre um debate: se é melhor ou não dar a chupeta

Poucos assuntos no universo de quem tem filhos causam tanta polêmica quanto o uso da chupeta. Na Europa, esse tema ganhou um novo capítulo.
Uma clínica inglesa lançou um tratamento exclusivo para crianças que têm o vício de chupar o dedo. O atendimento é feito por uma equipe multidisciplinar, que inclui de psicólogo a fonoaudiólogo. O fundador, Neil Counihan, decidiu abrir o serviço depois de anos tratando crianças com problemas dentários sérios, como mau posicionamento dos dentes e formação do maxilar, causados pelo hábito. Muitas vezes, o dedo é substituto imediato da chupeta, e é aí que a polêmica começa. Os especialistas dizem que nem o dedo nem a chupeta devem ser estimulados. Mas, o que fazer quando você já tentou tudo e o bebê continua chorando? Não há consenso. Alguns dizem que é melhor deixar chupar o dedo porque, à medida que cresce, a criança abandona o vício porque precisa das mãos para explorar. Os que contra-argumentam afirmam que, na hora de dormir, o dedo volta para a boca, e a chupeta pode ser retirada ou a própria criança cospe. No Brasil, os especialistas afirmam que há mais crianças usando a chupeta – certamente mais da metade usa em algum momento nos dois primeiros anos de vida.

Nos Estados Unidos, ela é recomendada – uma das razões é prevenir contra a morte súbita. A Sociedade Brasileira de Pediatria é contra. “Não indicamos, mas se você não consegue fazer com que os pais não deem, tem de dizer como usar e quando parar”, diz Adalberto Stape, pediatra do Hospital Albert Einstein (SP). É como a letra da música “Tchau Chupeta”, do grupo Pequeno Cidadão, que diz: “Todo mundo uma hora tem que se libertar” (a imagem ao lado é do clipe dessa música). Se você optou por dar, veja as respostas para as principais dúvidas que surgem nesse momento.

Tudo sobre chupeta

Qual o modelo indicado? O ortodôntico (a informação está na embalagem); que seja indicado para a idade do seu filho; que tenha bico de silicone, e não de látex; com formato anatômico e furinhos nas laterais.

Como cuidar? Depois de comprar, lave a chupeta com água e sabão neutro. Esterilize em água quente por cinco minutos, seja no fogo ou no micro-ondas. Faça isso uma vez por dia. Quando a chupeta cair no chão, lave imediatamente com água corrente e sabão neutro. Se notar que o bico rachou, está pegajoso ou com qualquer outra alteração, é hora de trocar.

Quando meu filho pode usar? Alguns médicos liberam o uso quando a criança passa por algum momento de ansiedade, como a entrada na escola e até mesmo quando não consegue dormir. “Serve como uma possibilidade de acalmar a mãe e o bebê e auxilia no desenvolvimento emocional. Mas ficar com ela por muito tempo não vai fazer bem”, afirma Eloisa Tavares de Lacerda, psicanalista e fonoaudióloga da PUC-SP. O uso indiscriminado pode causar vários malefícios, que vão desde um maior risco de infecções por bactérias até a elevação do céu da boca. Mas a chupeta, por si só, não é uma vilã. O problema é o uso que se faz dela. Por isso é tão importante prestar atenção no tempo que o seu filho fica com ela na boca – quanto menos, melhor – e fazer a transição para que ele pare de usá-la (leia ao lado). Veja o que fazer em casos específicos:

• Primeiros dias do bebê: os especialistas dizem para os pais insistirem em não dar a chupeta. Mas o que fazer se a criança usa o peito como chupeta? Aí... tudo bem dar, eles dizem.

• Hora de dormir: a maioria das crianças cospe a chupeta naturalmente durante o sono. Se ele não fizer isso – e você ainda estiver acordado – pode tirar.

• Pendurada na fralda ou na roupa: não deixe, de jeito nenhum. Isso só estimula o uso. Também não é legal deixar chupeta espalhada pela casa.

Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI157440-15151,00.html

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