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quarta-feira, 25 de maio de 2011

O sol que faz bem ao organismo

O contato entre os raios e a pele ajuda a sintetizar a vitamina D, que facilita a absorção de cálcio e fósforo no intestino

Se você é daqueles que não aproveitam os dias de sol para fazer atividades ao ar livre, é bom se preparar. Em dias cada vez mais nublados, o nível de vitamina D no organismo pode ter uma queda significativa e trazer prejuízos à saúde. Isso porque apenas o contato entre os raios de sol e a pele ajuda o organismo a sintetizar esta vitamina, responsável por facilitar a absorção de cálcio e fósforo no intestino e, consequentemente, manter a saúde dos ossos e das funções neuromusculares em dia.
O alerta serve principalmente para quem não aproveita ao ar livre os parcos dias de sol – principalmente em Curitiba. Segundo a médica Victória Borba, do Setor de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da Universi­dade Federal do Paraná, se a pessoa vai para a praia no verão ou aproveita os dias ensolarados para praticar esportes ao ar livre ou fazer caminhadas, ela produz mais vitamina D que o necessário, e essa quantidade é “poupada” para ser usada em momentos em que a frequência de exposição é muito menor. “Ela fica armazenada no fígado e nas camadas adiposas do corpo [a gordura], sendo usada quando há baixa de estoques da vitamina no corpo”, diz Victória.

Segundo a médica, a incidência dos raios solares no inverno não permite uma síntese da vitamina em quantidade adequada. “Da maneira como eles entram na superfície, a produção de vitamina D é mínima. Mesmo que a pessoa fique muito tempo exposta, o que não é recomendado, não será suficiente.”

Indicações

O ideal para manter os níveis de vitamina D em dia é se expor ao sol por 10 a 15 minutos, duas vezes por semana. E sempre com o rosto, os braços e as pernas expostos, explica o médico reumatologista Cristiano Zerbini, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele orienta que em um curto período a pessoa não passe filtro solar na pele, já que o produto impede a penetração dos raios solares UVB, responsáveis pela ativação da síntese de vitamina D. “São só alguns minutos sem proteção e, se a pessoa pensa em exceder esse tempo, deve passar o filtro solar”, diz Zerbini. “Quem tem pele clara e histórico familiar de câncer de pele deve entrar em contato com um médico para ver se a melhor opção não é a suplementação de vitamina.”

Por outro lado, Lincoln Fabri­cio, médico dermatologista e chefe do setor de dermatologia do Hospital Evangélico, diz que essa aceleração da síntese de vitamina D pela exposição ao sol sem filtro não é completamente comprovada. O consenso entre os dermatologistas, explica, é que cada pessoa se exponha ao sol semanalmente, mas sempre usando o filtro solar com fator de proteção adequado ao seu tipo de pele.

“Mesmo Curitiba sendo uma cidade com inverno frio e chuvoso, é difícil alguém que não tome sol pelo menos uma vez por se­­mana. Se a criança brinca todos os dias no recreio ao ar livre ou os adultos fazem uma boa caminhada aos fins de semana no parque, já está ótimo.”

Benefícios

Ao contrário das vitaminas A e B, adquiridas a partir do consumo de alguns alimentos, a vitamina D é encontrada em quantidade muito reduzida em alguns alimentos e não é sintetizada pelo organismo sem a ajuda do sol.

“Pesquisas mostram que a combinação alimentação adequada e exposição diária ao sol previne osteoporose, diabete, tuberculose e até alguns tipos de câncer, como o de pulmão e de mama”, explica Denise Johnsson Amaral, nutricionista e conselheira do Conselho Regional de Nutricionistas do Paraná.

Segundo Denise, para resolver o problema da baixa de vitamina D durante o inverno, países que sofrem com invernos rigorosos mantêm leis determinando o acréscimo de vitamina D aos alimentos. “Como as pessoas não conseguem sintetizá-la adequadamente, farinhas, leite e até sucos de frutas são suplementados com uma quantidade deste nutriente. Como ainda há poucos alimentos fortificados no Brasil, o ideal é investir no consumo de leite e derivados, principalmente no inverno”, orienta.

Melhorias nítidas

Muitas caminhadas, várias doses de leite e pelo menos uma hora de sol no começo da manhã – sempre com filtro solar – todos os dias. Esta é a receita da professora aposentada Thereza Maria Malicheski Finato, de 72 anos, para manter os níveis de vitamina D em dia. Diagnosticada com osteoporose há alguns anos, ela diz que se arrepende de não ter conhecido os benefícios do sol e da boa alimentação antes. “Fiquei muito tempo só tomando medicação e suplementação e não tinha avanços. Agora, decidi conciliar isto com tomar sol e aumentar a ingestão de laticínios e as melhoras são nítidas. Meus níveis de vitamina D nunca estiveram tão bons.”

Fonte: Gazetadopovo.com.br

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